De repente
E de repente tudo muda
De repente você é mãe,
Você é tia,
Você é avó,
De repente você é namorada,
Esposa,
De repente você se forma na faculdade e é uma profissional.
De repente a vida te sopra um desafio valioso.
De repente achamos que não nos reconhecemos mais,
Algumas rugas que não havíamos percebido, algum novo modo de viver, algum novo desejo, algum novo medo.
De repente estamos apenas digerindo tudo o que nos foi dado, este novo sentir, este novo sentido, este novo viver.
Que nós queremos. Mas como é difícil querer e cambalear em ser.
Não nascemos sabendo.
Apenas nascemos.
De repente.
Nascemos.
O tempo todo.
​
(Carol Marrara)
A vida começa onde começa o olhar
Começa e recomeça,
a vida em seus desfechos renascem todos os dias,
entre um olhar e outro,
o que se alimenta,
o que se enxerga,
vive.
Vive em mim.
Vive em uma dança contínua de dentro para fora,
onde dentro e fora se misturam e criam uma melodia do caos e in(certezas)
deste viver,
que eu olho e tanto assim,
admiro.
(Carol Marrara)
Antídoto
Nós e nossas incertezas.
A vida e seu jeito de nos dizer sem nos darmos conta do que disse.
A vida é sutil quando ela quer.
Só quando ela quer.
Mas quando não a escutamos ela grita, ela fica brava, até ser ouvida.
Quantas vezes fingimos não escuta-la?
Talvez o mais difícil para nós seja ouvi-la sem interferências. É muito mais fácil ouvir a interferência do que a voz da vida.
Pois se prestarmos bem atenção, ela é sutil mesmo brava.
Ela nos da bronca e nos abre uma janela da evolução.
Nós muitas vezes não queremos ver, não queremos olhar mais adiante.
O único instante em que ela nos diz algo é aquele instante que mesmo cheio de dúvidas nos acalma.
​
(Carol Marrara)